-Kateline –
gritou Meredite para filha – seu quarto já está imundo, você não acha que já
está na hora de limpa-lo?
-Ah mãe –
Kateline disse para a mãe quando terminou de se arrumar e estava saindo do
quarto – agora eu tenho que sair, depois faço isso.
Quando
Kateline era pequena sua mãe contava uma história para ela, dizia que se ela
não arrumasse o quarto o bicho papão viria durante a noite e a levaria embora.
Mas agora Kateline tinha 16 anos e essas historinhas de crianças não
funcionavam mais com ela; Meredite queria que a filha aprendesse a ter
responsabilidades com suas coisas, e por isso ela mesma não arrumava o quarto
da filha.
Eram seis e
meia da tarde quando Kateline chegou em casa.
-Vai sair mãe?
– ela perguntou quando viu a mãe terminando de se arrumar.
-Vou a casa da
sua tia – a mulher respondeu – ela disse que tem uma fofoca pra me contar –
Meredite riu.
-Eu vou me
deitar um pouco, estou cansada – disse Kateline.
-Ta bom, mas
bem que você poderia arrumar aquele quarto Kateline, nem sei como você consegue
ficar lá dentro.
-Pronto, você
venceu mãe, eu vou arrumar o quarto, assim que descansar um pouco.
Kateline se
despediu da mãe, ela havia prometido a Meredite que arrumaria o quarto, mas era
mentira, assim que acordasse ela sairia pra encontrar os colegas da escola.
Kateline trocou a roupa, tirou as cobertas que estava encima da cama – isso era
uma das coisas que sua mãe queria que ela arrumasse – e se deitou, estava
fazendo um pouco de calor e ela teve que se remexer um pouco na cama até que
pudesse ficar aconchegante o bastante, e então ela dormiu.
Um pesadelo,
era o que Kateline estava tendo, ela se virou na cama e acabou caindo no chão,
ela bateu com a barriga no chão e gemeu de dor – ela havia caído encima de um
sapato-alto que tinha jogado no chão no final de semana passado – ela abriu os
olhos e olhou pra de baixo de sua cama, lá embaixo estava completamente imundo.
Um cheiro ainda fraco de chulé saia de lá de baixo, papeis amassados e até uma
prova do ano anterior – era de matemática, ela havia tirado nota total – estava
no meio da sujeira, copos descartáveis que antes ela pintava e usava pra
guardar lápis de cor e canetas também estava debaixo da cama “ajudando” a
aumentar a bagunça; até a cabeça de uma boneca barbie estava no meio da
bagunça.
De repente
Kateline viu alguma coisa se mexer no meio da bagunça, ela forçou os olhos pra
ver o que era – já imaginando ser um rato, mas ela não tinha medo dessas coisas
–, então ela viu duas luzes minúsculas da cor vermelha brilhando uma do lado da
outra, ela até pensou que poderia ser vaga-lumes, mas ela se lembrou que
vaga-lumes não eram vermelhos, e sim verde bem clarinho. Kateline começou a se
levantar, ela estava com medo do que poderia ser aquela criatura – ela não
tinha medo de ratos, mas pela situação que estava a sujeira debaixo da cama
dela bem que poderia ser um rato mutante –, ela forçou as mãos contra o chão e
começou a se levantar, mas de repente alguma coisa agarrou sua perna e a puxou
para debaixo da cama.
Kateline
sentiu a bagunça que estava debaixo da sua cama passar por cima da pele de seu
rosto, e então ela já não conseguia ver nada, tudo estava completamente escuro,
como se a luz de toda uma cidade tivesse sido desligada. Kateline estava sendo
carregada por alguém, ou por algo, ela estava tão apavorada que nem mesmo
conseguia gritar. A coisa que estava carregando ela era peluda, um pelo tão
grosso que chegava machucar sua pele, então ela sentiu um calor, algo estava
queimando, e uma luz brilhava atrás dela, Kateline virou a cabeça e conseguiu
ver fogueiras enormes incendiando o local, as chamas subiam por cima das
paredes, ela olhou pra cima e viu que tudo era feito de rocha, ela então
percebeu que estava debaixo da terra.
Kateline não
conseguiu segurar e acabou gritando quando olhou pra cima, pessoas estavam
penduradas com os braços e as pernas esticados, presos em ganchos. O ser de pelos
grossos a jogou no chão, fazendo com que ela batesse as costas no chão, ele
segurou as mãos dela e uma por uma prendeu em ganchos, e logo após nos pés;
Kateline gritou de tal forma como nunca havia gritado antes, a dor que se
iniciava em suas mãos, e seus pés se espalhava por todo o corpo. O monstro
prendeu os ganchos em correntes, e então começou a puxar, até que Kateline
estava no alto, com os membros esticados.
Lá do alto a
garota pode ver como o monstro era, ela era grande e gordo – não gordo como uma
pessoa acima do peso, mas sim obeso –, ele não tinha pescoço, apenas uma grande
cabeça redonda, os braços eram finos e longos, e suas pernas era extremamente
curtas. Ele era o bicho papão, Kateline presumiu por fim.
Quando
Kateline era pequena sua mãe contava uma história para ela, dizia que se ela
não arrumasse o quarto o bicho papão viria durante a noite e a levaria embora.
Mas agora Kateline tinha 16 anos e essas historinhas de crianças não
funcionavam mais com ela, até agora[...]
Uma
perguntinha, você já limpou debaixo da sua cama hoje?!
Gostei. Mas faça algumas revisões, meu chapa. A expressão “em cima” é um advérbio ou preposição e significa “na parte mais elevada”, “na parte superior”, “sobre”, e é antônimo de “embaixo”. A palavra “encima” vem do verbo “encimar”. Tem significado de “colocar em cima de”, “coroar”, “algo situado acima de”, “elevar”. E o "anoite" certo é "à noite". Ôh idioma complicado
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