Minha amada...

  Já é quase meia noite, estou deitado, jogado encima do sofá, a única coisa que me faz companhia é uma garrafa de whisky, tenho que me deitar, mas não adianta ir pra cama, não adianta encostar a cabeça no travesseiro, não consigo dormir pois a lembrança dela toma minha cabeça, ela me deixou, não, ela não me trocou por outro, ou qualquer outra coisa que possa terminar um relacionamento, ela foi embora junto com a doença, foi tão rápido quanto chegou, ela me fazia feliz, mas agora a felicidade foi embora com ela, me levanto, passo pelo corredor, que agora parece tão sombrio, entro no quarto e sem nem mesmo tirar os sapatos me deito, viro e reviro na cama, me pergunto como ainda consigo viver sem ela, tento dormir, fecho os olhos mas ela vem nos meus sonhos, e então acordo assustado procurando por ela, mas ela não está lá, tenho que descansar pois a manhã já esta chegando, a longa manhã do amanhã, quando começo a pegar no sono, o despertador toca, são sete horas da manhã de um domingo que poderia ser feliz se ela estivesse aqui comigo, levanto, tomo um banho, escovo os dentes, penteio os cabelos, e vou para a cozinha, faço um café, e sento na mesa para tomar aquela que é a refeição mais importante do dia, olho no relógio e vejo que já são oito horas da manhã, nem havia percebido o quanto o tempo tinha passado, me levanto e coloco a xícara na pia, então vejo uma movimentação vindo do corredor, ela vem vindo correndo em minha direção, aquela que me dá forças para viver, aquela que me ensina como ser alguém de verdade, minha amada, minha amada filha, ela pula em meu colo, me abraça, me beija, e solta uma macio, e longo "eu te amo papai", me deixando feliz, me fazendo lembrar apenas das felicidades, e dos momentos de alegria que sua mãe me proporcionou, ela sim me faz feliz, minha amada, filha.

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