Entrevista com Elton Moraes, autor de "Crônicas de Onyx"



Olá pessoal, entrevistei Elton Moraes autor da série Crônicas de Onyx, Maxon Carter e da duologia Futuro Renegado, vem dar uma olhada.



Mais Histórias: Bom primeiramente quero te agradecer por tirar um tempinho pra falar comigo. E já começo com uma pergunta clichê: Como e quando surgiu sua paixão pela escrita?

Elton Moraes: Menino, sou muito grato por me dar essa oportunidade! Então, não sei bem quando e como exatamente surgiram, porque desde muito novo eu gostava de ler, escrever, desenhar e criar meus mundos de fantasia. Mas um momento que tenho bem sólido em mente como principal gatilho para me trazer ao mundo da escrita, de forma, mais séria, foi quando cursava música/violão, lá em 2009, e meu professor pediu (leia-se obrigou) para eu escrever uma música e entregar em uma semana. Depois que compus a primeira letra, outras foram surgindo e versos também se transformaram em poesia. Isso me ajudava a descarregar certas energias e canalizar outras. Percebi que escrever me trazia algo... diferente, por assim dizer. Me fazia bem. Me ajudava a me encontrar. E por que não tentar o mesmo para com o próximo? E quando me dei por conta, estava escrevendo um livro atrás do outro. E é assim até hoje.

MH: Como as ideias para os livros surgem para você? O que desperta a criatividade em você?



EM: Sabe que eu não sei? Hahaha. Acho que qualquer coisa pode influenciar (e isso é algo que quase todo autor diz, mas é verdade). Uma conversa, uma música, uma série, um filme. A força que o vento sobra e a forma como seu cabelo balança são suficientes para dar uma ideia. No meu caso, por exemplo, "Crônicas de Onyx" surgiu da influência de livros com anjos, mundos paralelos e guerras em uma época atemporal, sendo eles: "Crônicas Saxônicas", "Fronteiras do Universo" e "A Batalha do Apocalipse". Mas já tive ideias dentro de ideias (um livro aleatório surgiu de outro, por exemplo). Entretanto, também pode acontecer de uma ideia simplesmente surgir, PUFF, como se simplesmente brotasse do ar.

MH: Falando de Crônicas de Onyx, como foi o desenvolvimento da série? Você já tinha a ideia da história completa em sua cabeça, ou aos poucos enquanto escrevia os acontecimentos surgiam?

EM: Crônicas de Onyx foi surgindo aos poucos. Eu tive a ideia primordial e escrevi os primeiros rascunhos a mão. Aí quando transcrevi pro computador, fiz um monte de mudanças porque certas leituras, citadas anteriormente, me deram uma luz em algumas coisas, como usar histórias bíblicas, mais voltado ao lado mitológico delas, para incrementar a narrativa. Enfim, enquanto revia algumas coisas da série, ideias para as continuações surgiram e, de certa forma, eu sabia o que ia acontecer e como seria o final da história, mas os meios e certas consequências foram surgindo ao longo dos anos, enquanto escrevia e reescrevia. Até me dar por satisfeito.



MH: Tem algum autor, ou algum livro especifico, que te inspira de alguma forma ou que você se baseia na hora da escrita?

EM: Tem vários autores e obras que me inspiram de alguma forma. Às vezes depende até mesmo do livro que estou escrevendo. Mas os principais, que são minhas maiores fontes de inspiração são, com certeza, Rick Riordan e Josy Stoque. Tio Rick e suas obras são leves ao tratar de temas às vezes pesados ou considerados como tabus; a sua forma de escrever é o que tem me ajudado até mesmo a moldar a minha (claro que não sou tão engraçado, mas enfim). Já dona Stoque é uma grande amiga e, por isso, uma fonte inesgotável de diferentes formas de inspiração. Ela também começou como uma escritora iniciante e hoje tem arrebatado leitores pelo Brasil a fora, e é isso que me faz acreditar que é possível, sim, alcançar seus sonhos quando você acredita neles e luta por eles. Mesmo que seja necessário você se reinventar para ser o que deseja. Também farei uma menção honrosa a Philip Pullman, que me mostrou a possibilidades de diferentes realidades no mesmo Universo e que foi a principal inspiração para CdO, que foi o gatilho para meu próprio universo ficcional.

MH: Bom, você falou ali encima sobre achar não ser tão engraçado como o Rick, mas em Maxon Carter eu consigo sentir muita leveza e humor na história. Como Maxon Carter aconteceu?



EM: A história geral da série surgiu quando eu estava escrevendo o segundo livro de Crônicas de Onyx. Eu anotei a ideia e deixei ela madurar. Eu tinha vontade de escrever algo que se passasse na minha cidade (de nome estranho: Sombrio), pois via muito se comentar sobre histórias em outros países ou somente em capitais e tal. Então eu quis ser o diferentão (risos). Trouxe a história pros dias atuais, misturando magia, elementos mitológicos, questões familiares e de comportamento juvenil, de forma densa e ao mesmo tempo sarcástica, e um protagonista completamente diferente do que vinha escrevendo. Enquanto Endrich, de CdO, é todo fofo, certinho, bondoso e herói, Maxon é irritante, inconsequente, egoísta (salva algumas exceções) e busca realizar suas vontades independentemente da forma. E essa é uma série que ficou alguns anos engavetada, porque eu precisava de uma base mitológica forte e um personagem com a psique bem formada. Quase cinco anos depois e tenho tudo isso (e dessa vez, a série toda está praticamente moldada e fechada em minha mente).

MH: Antigamente era comum ver escritores criando personagens totalmente perfeitos, os costumeiros heróis. Mas, ainda que poucos, é possível ver que os escritores têm colocado personagens com personalidades comuns em seus livros. Por que você acha que isso está acontecendo?

EM: Acredito que isso é uma forma de aproximar o leitor do personagem. Por mais que heróis sejam necessários para nos dar algum tipo de esperança, também é necessário personagens mais... palpáveis, mais reais, para nos fazer refletir sobre determinados atos e circunstâncias que nós, como seres humanos, vivenciamos no cotidiano.

MH: Qual foi o seu primeiro projeto de escrita?

EM: Foi uma trilogia (porque sou desses que não consegue pensar direito em livro solo) chamada "Mutantes", inspirada nos X-Men e na novela Caminhos do Coração. Não era muito original e acabei arquivando. Atualmente reciclei alguns personagens para duologia "Futuro Renegado".

MH: Já que você citou, no inicio a ideia era que "Entre Escolhas e Consequências" fosse um livro único estou certo? Como aconteceu de se tornar uma duologia?

EM: Sim, "Entre Escolhas e Consequências" seria um só, mas quanto mais perto do fim eu chegavam mais eu via que a história ainda tinha potencial, mesmo que o livro estivesse com seu enredo bem amarrado. Então eu anotei as ideias que surgiram ao final e as deixei se desenvolver. Eu pensei inúmeras vezes em não continuar com a história, mas as manifestações de alguns grupos e pessoas, nas redes sociais mesmo, e as coisas recentes que vêm acontecendo no país (e no mundo) foram os catalisadores para eu colocar uma continuação no mundo.



MH: Eu adoro como você mistura a emoção, os momentos de ação (e claro a sensualidade) em EEeC sem deixar tudo exagerado demais. Quando teve a ideia do livro você já imaginava todos esses pontos junto com o fator Distopia, ou eles foram adicionados depois?

EM: Sim, foi tudo previamente calculado, haha, pelo menos os temas e tais pontos. O que eu não sabia exatamente eram os momentos em que isso aconteceria, afinal, escrevi por intuição, sem fazer esqueleto de enredo nem nada do tipo. Deixei que o protagonista me contasse o que estava acontecendo dentro daquilo que eu queria propor.

MH: HaHa, eu acho ótimo quando o livro me leva para dentro da história quando estou lendo, isso costuma acontecer com você enquanto escreve?

EM: Isso é ótimo! E na maior parte das vezes, sim. Eu faço o personagem soltar sua voz dentro da minha mente e me carregar por seu ponto de pista. Tento enxergar o que ele/ela está vivendo e me permito pensar seus pensamentos. É a forma que consigo escrever. Isso só não acontece em dias em que não estou apto a escrever/pensar/raciocinar, hahaha, aí não tem personagem que pule o bloqueio.

MH: De todos os livros que você já escreveu, consegue separar uma única cena que seja a sua favorita?

EM: Meus deuses, que pergunta difícil! Hahaha! Até o momento, acho que tenho umas três ou quatro cenas que são minhas favoritas. Tem aquela em que dois personagens se entregam perigosamente pela primeira vez em EEeC (você sabe qual é. Narlo <3). E tem uma em Maxon Carter, quando ele faz um encantamento para encontrar uma pessoa e acaba literalmente caminhando entre os sentimentos da pessoa. Mas tem uma, no último livro de "Crônicas de Onyx" que adorei escrever; uma conversa sobre o significado do Universo entre dois personagens fortes e rivais no meio de um duelo mortal.


"– Fé – falou ele de forma absorta. – Como ousa falar em fé quando não crê mais em si mesma? Quantas vezes você se questionou sobre seus atos, sobre quem é? Quantas vezes você chorou ao lembrar-se do passado, quando se dizia a mais durona? A Guardiã apoiou a base da arma no chão. Fracamente, ela ainda vibrava, emanando poder. Não só a Lança, mas todo seu corpo pulsava com o vigor antigo, divino. Sagrado. – Eis a diferença dos humanos para os demônios – reagiu ela: – nós não somos feitos com um único propósito, temos livre-arbítrio e nos moldados às nossas necessidades. O duque meneou a cabeça. – Pode até ser… A questão, porém, é: você compreende os propósitos do Criador? A pergunta a pegou de surpresa. Do que ele está falando? Sem resposta, o duque continuou: – Para tudo existe um por que. Para nossa criação também, senão, por qual razão o Universo ganharia vida? Qual a razão de existirmos? As questões encheram sua cabeça de dúvidas, todavia, algo em seu subconsciente estalou e ela respondeu antes que se arrependesse: – A busca pela perfeição. O duque sorriu em concordância. – Não passamos de experimentos, Marinny, todos nós, cada grão de areia que existe é apenas um elemento desse teste. A consciência nos permite fazer qualquer coisa que quisermos; por isso ela existe: estamos cotidianamente em uma prova para ver quais os males e os bens que podemos fazer à realidade."


MH: Ah eu me lembro bem da cena Narlo, sempre que me lembro de EEeC ela é a primeira cena que me vem a cabeça.
Pra terminar, me diga alguma mensagem que você gostaria de mandar para os seus leitores e também para aqueles que ainda não conhecem os seus trabalhos.

EM: Bem, aos meus leitores, quero agradecer imensamente o apoio que me dão ao ler e comentar minhas obras. São vocês que fazem um escritor ir além. Vocês são tudo de bom! OBRIGADÍSSIMO!
E para para quem ainda não conhece, TÁ FAZENDO O QUE AÍ AINDA QUE NÃO VEIO ME LER? Opa, desculpa, gente, encarnei o Maxon Carter aqui, kkk. Brincadeiras a parte, para quem quiser conhecer um pouquinho do meu trabalho, todos os meus livros estão disponíveis na Amazon e tem a degustação de cada um deles no Wattpad. Neste, atualmente, estou republicando "Entre Escolhas e Consequências", que é uma ficção LGBT com elementos distópicos, e postarei a continuação, "A Chave para a Salvação".

Ademais, sintam-se todos a vontade e sejam muito bem-vindos ao meu universo. Mesmo que eu não conheça todos vocês, estarão sempre no meu coração. A energia de vocês sempre pulsará comigo.


Vocês podem conferir todos os trabalhos de Elton acessando seu perfil do Wattpad clicando aqui.

Comentários

  1. AAAAAAAAAAAAAAAAA, saiu rápida a entrevista! Hahahaha
    Muito obrigado pela oportunidade, Fabrício! <3
    Fico imensamente feliz por ter me convidado a esse bate-papo!
    Forte abraço! *-*

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  2. Amei a entrevista e fiquei mega feliz quando descobri que Maxon Carte é uma ´serie de livros AAAAAAAAAAAAAA
    Obrigado Fabrício <3

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    1. Não tem como não ficar feliz quando se trata do menino Maxon AAAAAAAAH EUHEU

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